terça-feira, 29 de junho de 2010

Para entender de Big Brother


Quando eu via Big Brother, adorava toda aquela confusão, afinal quem não gosta de ver o circo pegar fogo! Mas me parecia algo meio surreal as pessoas estarem ali dentro, convivendo, passando pelos mesmos perrengues, e mesmo assim não se unirem!! Tah certo que existe um milhão por trás de tudo! Mas é tão mais fácil conversar e resolver, né?

Não, não é!!!

A convivência dia-a-dia é algo extraordinariamente difícil, principalmente se as pessoas não tem o sexo-pós-briga, daqueles cheio de rancor e paixão, capaz de explodir qualquer lugar...
Serem humanos pensam diferente, agem diferente, respondem de formas difernetes ás injurias do meio....
Colocar, no mínimo, seis pessoas diferentes dentro de uma casa, com objetivos parecidos (que não seja um milhão de reais) é pedir para ter desavenças.

Posso contar-lhes que tenho experiência no assunto. E uma vasta, diga-se de passagem! Nos últimos 2,5 anos, tive o prazer de viver em 4 casas diferentes. Em cada uma delas pude conviver com outras 5 pessoas diferentes além de mim! Cinco cabeças pensantes, com seus valores e virtudes, traumas e manias!

Guardo todos em meu coração! Mas cada um em um lugarzinho especial!

Foram experiências validas, apesar de trágicas... Sim!! O final sempre é trágico, com o exagero da palavra! Não dá certo! Não dá, não dá!

Nas minhas quatro oportunidades, sempre existiram casais, feitos antes da formação do lar respectivo ou formados durante o processo de convivência, afinal as pessoas podem se apaixonar ou simplesmente se conhecerem mais intimamente! Mas nunca fui parte de nenhum desses casais!

Não dá certo morar com casais! Eles sempre brigam! FATO! A energia se acumula e o lar deixa de ter paz! E você, como ser humano, sempre se mete! A convivência faz isso, gera intimidade e sua opinião sempre vai ser posta na mesa. E então começa o processo de partilha da casa, cada um pro seu lado, geralmente em duplas. Ou trio...

E os grupos formados, as populares “panelinhas”? Esse é outro efeito da convivência mutua de muitas pessoas na mesma casa. O bem observado nos BBB’s da vida. Pessoas afins sempre se atraem. Consequentemente se juntam para falar mal, ou apenas “comentar” dos não-afins. Mais motivos de brigas e desavenças no lar.

Sempre existirá uma desavença chave, ou seja, aquela que culminará no fim, na separação, na partilha, no inicio do fim do tão idealizado lar. Sempre!

Mas tenho que concordar com uma coisa: morar com muita gente é bom também, principalmente no inicio! E o “inicio” não tem data determinada para acabar! Se estão todos juntos em casa, sempre é festa! Conversas fiadas e afiadas, cerveja, uísque, baralho, musica... que gostoso! Sinto saudades do tempo onde tudo era paz e amor! E o defeito do outro era apenas uma característica, e não um tormento diário.

Parece até que estas experiências em minha vida me deixaram amargurado, né? Mas não diria assim. Apenas estou mais alerta para as possibilidades e sei, com segurança, o que não quero! E digo que nunca mais morarei com mais de uma pessoa além de mim! Duas cabeças se entendem melhor, se comunicam com rapidez, se sintonizam com maior facilidade! Mais do que isso já seria improvável, no meu ponto de vista!

Sempre existirá um que deixa o prato sujo, justa aquele que alguém queria usar! Que não dá descarga, que fala alto na hora que o outro esta dormindo, que peida, que bebe demais, que quer mandar.

E lar, para mim, é um lugar de paz e tranqüilidade. Um lugar para estar, e não para fugir!

domingo, 18 de abril de 2010

Dicionário Prático para evitar gafes em território argentino!

Depois de quase dois anos em terras Riojanas, posso dizer que tenho uma certa fluência com o idioma local. Claro que não é nada muito fluente, mas algo necessário para a sobrevivência no dia a dia e para não passar nenhuma vergonha. Existem muitas palavras que por aqui possuem um significado bem diferente do português do Brasil. E expressões que me ajudariam muito, caso já as conhecesse quando aportei por aqui.

DALE! – Expressão largamente usada em todo o território argentino. Geralmente tem o significado simples de um “Ok!”, “Tudo certo”. Exemplo: “Tu lava a louça?” “Dale!”
Pode significar também um estimulo para algo, do tipo “Dale! Vamos!”
Mas também é tempo verbal do verbo DAR, significando “Dar para ele”. Exemplo: “Dale buen dia!”
Quantas vezes eu perdi alguns momentos tentando saber o que significava isso...

CHE! – é o tão conhecido Tchê dos nossos irmãos gaúchos. Homens e mulheres o utilizam para substituir um nome quando se deseja falar com alguém. Pode significar um simples “EI!”, ou seja, quando se quer chamar a atenção de alguém para uma falação.

BOLUDO(A) – Expressão com duplo significado. É necessário saber usá-la para não entrar em maus lençóis.
Primeiramente quer dizer “abestado” ou “vacilão”, aquele que não entende muito ou só faz cagada na vida!
Outra maneira de utiliza-la é como um cumprimento ou saudação, mais ou menos falando, a uma pessoa que se tenha amizade. É o popular “cara”, “macho” ou “barão” (pros mais antigos)
Outra dificuldade visível que tive ao chegar por estas bandas. Era difícil saber se estavam me esculhambando ou sendo amigável.

CHUPAR – pode ser “chupar” mesmo ou então “beber algo alcoólico”

CHICO(A) – quer dizer menino(a). Mas também pode significar algo pequeno(a).

PELOTUDO(A) – é o “pau-no-cú”, “otário”, “caga-pau”. Essa sim eu aprendi bem rapidinho!

AULA vs CLASE – aqui as duas palavras tem significado diferente do português, ou seja, “aula” é o espaço físico onde se realizam as “clases”. Isso significou, pra mim, diversos momentos perdidos na Faculdade, né? Que boludo!!! Hehehehe

COLA – outra com dois significados. Um quer dizer “fila”, ou “fazer cola”. A palavra FILA também é usada, mas só quando quer tratar com alguém formalmente. Outra forma de usar a palavra é quando se fala de “traseiro”. Existem ainda as variações da palavra, quando acrescida de alguma letra, fazendo com que o significado mude totalmente.
COLAR é “peneirar” e COLADOR é a “peneira”. COLLAR é o nosso colar de colocar no pescoço.

E os palavrões??? Bem, esse eu aprendi rapidinho, pois a sobrevivência e adaptação ao meio me exigiram.
CONCHA, CAJETA – a popular xoxota ou buceta. A concha da gente eles chamam de “caracol”

PIJA, VERGA, PORONGA – é a variante masculina da concha.

PUTO ou TROLO – é o gay masculino, viado, baitola, cualira, bicha, e todas as suas variações não menos grosseiras. Procure não dizer que está “puto da vida” no meio da rua, aqui na Argentina!

TORTILLERA, TIJERA (tesoura) – é a homossexual feminina, sapatona, sapatão, caminhoneira e todas as suas variações pejorativas.

CULO – pode ser “bunda” ou “cú” mesmo. Depende do significado da frase.

ORTO, OJETE – é “cú”

PAJA (“parra”) – “palha” ou o popular “cinco contra um”, se é que você me entende. Pode significar “preguiça” também, mas de maneira pejorativa

PAJERO – “preguiçoso” ou “aquele que faz muito cinco contra um”. Lembre-se que a letra J tem som de RR, ou seja, se pronuncia “parrero”. Imagina o que eles diriam se vissem a ruma de caminhonetes Pajero (essa com som de J mesmo) que existem em Fortaleza.

PETE – é o tão difundido “bola-gato”

CULIADO (A) – é o “fudido” no sentido sexual da palavra. CULIAR é o verbo utilizado para “fazer sexo”, no sentido vulgar.

Existe ainda o “puta que lo pario”, “mierda” e “puta”, com os seus significados facilmente perceptíveis.
(No assunto palavrão, eu posso dizer que nós, brasileiros, temos um vocabulário muito mais desenvolvido.)
RAMERA – é a rapariga, quenga. REMERA, mudando apenas o primeiro A por um E, quer dizer “camiseta”. Imaginem quantas vezes eu já disse que ia vestir uma rapariga...

CAGAR – pode significar “defecar” mesmo, de forma vulgar. Ou então quando se quer dar ênfase a um estado que se esta passando. Tipo: “Estoy cagado de frio” (Ow frio da porra!) ou “Estoy cagado de hambre!” (Ow fome da porra!) ou então “Estoy cagado de sueño!” (Ow sono da porra!). Dá pra reparar que argentino se caga a toa, né?

EMBOLADO – é quando se esta chateado com alguma coisa! Tipo: “Estoy embolado com essa clase que no tubimos!” (Tow chateado com essa aula que não tivemos!)

ENOJADO – é o próximo passo do embolado, é o popular “puto da vida!”.

QUILOMBO – “bagunça” ou “confusão” ou “barraco” mesmo.

BOQUETERO – é o arrombador de casa. Essa eu aprendi recentemente. Vi num jornal, que dizia que os “mini-boqueteros” eram um grande problema em Buenos Aires. Logo imaginei um monte de anão chupadores de pirocas! Hahahahahahahahahaha...

COJER – essa é a palavra que mais causa problemas aos nativos brasileiros. Ela quer dizer “fuder”. O problema é como se pronuncia (“correr”). Imagina quantas vezes já não me fizeram cara feia porque eu disse para alguém “correr” ao atravessar a rua...

O Nosso “correr”, de andar depressa, se pronuncia vibrando bem a língua ao falar o duplo R. Dessa forma a palavra apresenta o mesmíssimo significado que o nosso. Coisa difícil, né?

Bem, prestando bem atenção ao que se vai dizer e ao que te dizem, acredito que dá pra viver por aqui sem passar muito vexame. A pratica leva a perfeição. Basta só estar atento!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Depois de uma longa pausa!

Parece-me que esse blog anda tomando pausas em demasia! E elas costumam ser cada vez mais longas. Mas dessa vez foram as férias que ocuparam esse espaço tão comprido. Resolvi arriscar e me mandei mais cedo para Fortaleza. O calor estava de matar e a saudade também. Valeu a pena cada segundo em minha terra.

Dezembro, logo que cheguei, foi tomado pelas já tradicionais confraternizações natalinas. Além disso, eu tive que me mandar pra Viçosa, encontrar com meu pai. Nada mais do que justo e merecido: colo de pai e mãe e friozinho agradável. Mas logo a tranqüilidade acabou e vieram as inúmeras festas de fim-de-ano e as pessoas procurando por mim, com seus “Quando vamos nos ver?”. E eu indo de um lado a outro
Até que chegou Janeiro. Junto com meu irmão e sua família. Posso dizer que esse foi um mês impar.

Em Fevereiro pude relaxar mais e aproveitar minhas longas e, nessa altura, cansativas férias. Eu realmente me cansei de não fazer nada. Literalmente NADA! Esperava que o meu telefone tocasse e fosse alguém me procurando, querendo dar uma volta na praça ou até mesmo de Grande Circular 2. Tava foda toda aquela coçação de saco.

Só tenho a reclamar disso, da ociosidade, porque o que me restou foram dias únicos ao lado daqueles que realmente amo. Com alguns pude aproveitar cada momento, os bons e os ruins, com outro tive breve periodos, não menos importantes. As vezes uma tarde no shopping, ou uma visita relâmpago. Até mesmo um cineminha, um cigarrinho no comecinho da noite. Uma tarde no médico, um almoço, uma ida ao teatro, uma cervejinha gelada... todos breves e únicos momentos...

Comi bem, dormi bem, relaxei, me estressei, comi de novo, dormia, praia, piscina, mosquito, bronzeado...enfim, tudo o que umas merecidas férias precisam.

Agora estou de volta a minha realidade!